A globalização e a inclusão promovidas pela internet, incentivou a digitalização de inúmeros setores da sociedade. Inclusive, na área da saúde, o atendimento médico online foi possibilitado. Entenda agora as regras.
A Revolução Industrial 4.0 vem contribuindo para o maior alcance e avanço da medicina em nosso dia a dia.
Contudo, a aplicabilidade da tecnologia na área da saúde deve seguir uma série de protocolos do Conselho Federal de Medicina (CFM) para se tornar viável.
Neste artigo, vou esclarecer a nova realidade das consultas online e, inclusive, as regras e quais os benefícios para o atendimento médico online. Confira abaixo!
O que é atendimento médico online?
O atendimento online se trata da assistência médica à distância. Sendo assim, as tecnologias de comunicação são utilizadas para consultas e acompanhamentos.
Essa modalidade de atendimento também faz parte da Telemedicina, ramo que agrega recursos digitais e inteligência artificial.
No Brasil, o avanço da Telemedicina caminha ano após ano e teve mudanças significativas no fim da última década, incluindo as consultas online.
Embora o CFM já permitisse a comunicação online entre profissionais da saúde e pacientes para tirar dúvidas, a prática não podia ser considerada como consulta.
Isso acontecia por se tratar de uma área que, em sua maior parte, cobra a presença física de profissionais e pacientes, além da necessidade de exame ou análise física.
Nesses casos, só era permitido o atendimento médico presencial mediante exame físico da pessoa, para a validade de qualquer receita ou atestado médico.
Do contrário, somente em emergências ou impossibilidade comprovada.
Porém, tudo mudou com a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.228/2019.
O que o CFM diz sobre atendimento médico online?
Em maio de 2019, a Resolução nº 2.228/2019 do CFM liberou a consulta médica online, prescrição médica, telediagnóstico, telecirurgias e atendimentos análogos à distância.
Mesmo com data recente, foi restabelecida a resolução nº 1.643/2002 do CFM, que já previa normas para a prestação de serviços via telemedicina.
A liberação foi realizada devido à solicitação de profissionais e entidades médicas, conhecedores das vantagens oferecidas pela Telemedicina.
Com o objetivo de acrescentar demandas atuais, a iniciativa teve a contribuição superior a 1.444 especialistas.
Como funciona a Teleconsulta?
A Teleconsulta diz respeito ao atendimento médico remoto. Contudo, o CFM cobra que a primeira consulta seja presencial, exceto em locais de difícil acesso.
Quanto ao acompanhamento de doenças crônicas, recomenda-se a consulta presencial a cada 120 dias.
Prescrição médica à distância
Em geral, os atendimentos à distância ocorrem da mesma maneira que os presenciais, com prescrição médica e pedido de exames quando necessários, assinados digitalmente pelo médico.
Porém, vale diferenciar uma consulta realizada em plataformas apropriadas ou por chamada de vídeo em interação via redes sociais, como o WhatsApp e Instagram.
Nesse sentido, os meios servem apenas para tirar dúvidas, encaminhar exames ou artigos e posts explicativos. Todavia, não configuram uma consulta.
Quais os benefícios do atendimento online em saúde?
A principal vantagem do atendimento online está em oportunizar a assistência de qualquer lugar, inclusive onde o atendimento presencial é escasso.
Outro fator importante consiste na economia de tempo e transporte durante o acompanhamento da saúde, em especial, para os pacientes.
Porém, outra função do atendimento online, trata-se do apoio mútuo entre médicos à distância.
Isso porque o Brasil possui má distribuição de especialistas no país e, por isso, a telemedicina já era um caminho estudado para ser colocado em prática.
Contudo, o problema em relação à falta de recursos dificultava sua implantação em larga escala.
Com a pandemia da Covid-19, responsável por inflar hospitais e postos de saúde, foram feitas doações e algumas iniciativas do SUS que fizeram toda a diferença.
O exemplo mais recente de consultas virtuais, bem como da digitalização das UTIs, foram influenciados pela crise provocada pelo novo Coronavírus.
Sendo assim, o auxílio de especialistas para intensivistas na linha de frente da Covid-19, acelerou o investimento da telemedicina.
O SUS oportunizou consultas virtuais para doentes crônicos e teleatendimento para acompanhar os infectados pelo vírus ou em fase de suspeita. A medida serviu para evitar adiamentos ou a falta de atendimento.
Além disso, a carência de especialistas no tratamento de doenças agudas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), também já era uma realidade antes da pandemia.
Assim, é possível dizer que se não fosse o avanço acelerado da telemedicina para auxiliar médicos, mais mortes teriam ocorrido.
Segundo o cardiologista Ricardo César Cavalcanti, precursor da ideia em Alagoas:
“Foi um consenso que a iniciativa ajudou a salvar vidas. Além de melhorar o tratamento dos pacientes, isso teve um impacto psicológico nos médicos assistidos, pois demos a eles segurança e suporte para que não se sentissem sozinhos”
Ou seja, a telemedicina vai além do atendimento aos pacientes. Ela é crucial para que médicos especialistas auxiliem outros médicos em casos específicos.
Assim, a troca de experiências garante um melhor atendimento, além de ser possível auxiliar vários profissionais ao mesmo tempo.
Telemedicina
Como esclarecido até aqui, a Telemedicina objetiva a prestação de serviços médicos mediados por tecnologia. Todavia, ela vai além das consultas por meios digitais.
A área permite a realização de cirurgias e exames à distância. Além disso, pode servir para assistência e educação.
Conclusão
Tudo indica que a telemedicina veio para ficar. Por isso, tornou-se viável transformar o atendimento médico online em uma realidade.
Logo, trata-se de um direito médico garantido aos profissionais e pacientes, em especial, nos casos mais complexos ou remotos.
Os benefícios são indiscutíveis, pois, mesmo à distância, o atendimento online e o auxílio a outros médicos salvam vidas.
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